Com
a presença de alunos e professores de todas as escolas que fazem
parte do projeto em 2017, a Câmara de Poços realizou, na última
semana, a Plenária Municipal do Parlamento Jovem. O evento reuniu,
também, os vereadores Lucas Arruda (Rede),
Marcelo Heitor (PSC), Álvaro Cagnani (PSDB) e Paulo Tadeu Silva
D’Arcadia (PT), integrantes da Comissão de Legislação
Participativa, o vice-prefeito Flávio Faria e o coordenador da
Divisão do Centro de Referência do Professor, Cleiton Donizete
Correa Tereza, representando a Secretaria Municipal de Educação.
Todas
as propostas apresentadas pelos alunos sobre Educação Política nas
Escolas foram divididas entre três subtemas: Educação política e
currículo; Interações entre a escola e sociedade na formação
política dos jovens; Educação política para uma gestão
democrática e participativa nas escolas. Entre as proposições
aprovadas durante a plenária, destacam-se a realização de
atividades de fiscalização monetária e política por meio do
acesso a sites públicos, criação de uma Semana de Educação
Política, com temas semelhantes para todas as escolas da cidade, e a
implementação de um projeto para que as escolas ofereçam cursos
voltados à formação política.
Ainda
no encontro, os professores envolvidos no projeto, além do monitor
Rafael Victor Lopes, da Faculdade Pitágoras, que auxiliou os alunos
na etapa municipal, receberam um certificado da Câmara em
agradecimento ao trabalho desenvolvido. Para o professor de História
Éder Liz Novaes, da Escola Padrão do Parque das Nações, o
trabalho dos professores é um desafio e também um grande
aprendizado. “Lidamos com jovens ativos, críticos, com uma
imensa sede de aprendizado e compreensão do mundo em que vivem. A
cada novo ano, o tema exige de nós professores preparação especial
para o desafio que nos é posto, e este ano tivemos a ajuda crucial
do professor Cleiton Correa, que nos ofertou o curso de formação
temática. Também vale lembrar que o tema proposto e votado pelos
próprios alunos participantes, portanto o trabalho para nós
profissionais sempre será desafiante no Parlamento Jovem”,
declarou.
Sobre
a elaboração e votação das propostas, o professor destacou que
essa é a fase mais difícil do projeto. “É nessa hora que o que
foi aprendido durante as várias oficinas e
debates é colocado em prática, é quando os alunos participantes
percebem que é muito fácil somente criticar, apontar o defeito,
difícil de verdade é buscar e propor as soluções para as questões
públicas”, comentou.
A
aluna Letícia de Souza, da Escola Estadual Doutor Edmundo Gouvea
Cardillo, já participou de outras edições do Parlamento Jovem.
Para ela, o tema de 2017 tornou a discussão mais interessante. “O
tema desse ano é muito atual e mostrou a importância da educação
política em nossas vidas como sociedade. O Parlamento Jovem é uma
experiência única, que me ajudou não só entender melhor a
política, mas também me ajudou como pessoa. Aprendi e desenvolvi
muito durante esses três anos no projeto. Eu espero levar do PJ,
além de todo esse aprendizado, a esperança de que nós jovens
podemos dar ao nosso país um futuro próspero através dá
política”, ressaltou.
Neste
ano, participam do projeto as seguintes instituições de Poços:
Colégio Nini Mourão, Escola Estadual Doutor Edmundo Gouvea
Cardillo, Escola Padrão do Parque das Nações, Escola Estadual
Doutor João Eugênio de Almeida, Centro Educacional Inovação e
Escola Estadual Professora Cleusa Lovato Caliari. Durante os meses
que antecederam a etapa final, os estudantes participaram de diversas
oficinas na Câmara e receberam, nas escolas, a presença da
coordenação municipal do projeto.
Confira
as propostas aprovadas:
SUBTEMA
1 – EDUCAÇÃO POLÍTICA E CURRÍCULO
1
– Elaborar “aulas testes” e ao final permitir a escolha
do aluno. Sendo assim os alunos serão realocados em grupos nos quais
será discutido política através de debates de opiniões tornando-a
mais dinâmica e atrativa.
2
– Criar um projeto de discussão política que ocorra no mínimo
uma vez por mês, reunindo diferentes matérias para cativar o
interesse dos alunos, um projeto que se diferencie das aulas
convencionais.
3
– Realizar atividades de
fiscalização monetária e política por meio de visitação dos
sites públicos, e do esclarecimento das decisões dos parlamentares
e dos investimentos realizados pelo executivo.
4
– Promover a
participação dos alunos nos polos educacionais, através de
reuniões com um representante de cada escola e um representante do
polo educacional, para definição de conteúdos no processo de
aprendizagem. (aprovada
22 votos)
5
– Ampliação
do Parlamento Jovem em todas as escolas do estado para os estudantes
do Ensino Fundamental II, a fim de inteirar e estimular os
adolescentes do seu dever na participação política na sociedade.
6
– Participação conjunta
da equipe gestora da escola, representação estudantil e comunidade
na elaboração do projeto político-pedagógico.
7
– Criação de projeto
para que a escola ofereça cursos voltados para formação política
aberto para a comunidade e garantir sua certificação.
SUBTEMA
2 – INTERAÇÕES ENTRE SOCIEDADE E ESCOLA NA
FORMAÇÃO
POLÍTICA DOS JOVENS
1
– Delegar
a um órgão a gestão dos recursos necessários para possibilitar
que todas as escolas da rede pública realizem, uma vez ao ano, uma
visita guiada à Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
2
– Com
possibilidade
de flexibilidade do currículo, através
da reforma do Ensino Médio,
poderiam ser oferecidos, por meio de parcerias, estágios de vivência
(remunerados) entre a escola e entidades de atuação política
(associações de bairro, sindicatos, secretarias e departamentos
públicos), sendo o aluno responsável pelo cumprimento de metas
específicas a serem combinadas.
3
– Instituir medidas compensatórias pra vestibular, para conquista
de bolsas ou projeto de iniciação científica com união a projetos
públicos, privados e para projetos de intercâmbio.
4
– Criação
de um projeto nas
câmaras
municipais
em que os vereadores adotem um grupo de escolas da cidade, ficando
encarregados de desenvolver programas com metas previamente
estabelecidas e com participação dos estudantes, envolvendo-se nas
atividades do Legislativo (projeto vereador mirim).
5
– Criação de um fórum permanente de
debates sobre as questões da cidade com representantes de cada
escola (discentes, docentes, comunidade) e a realização de debates
sazonais. Poderia constar no calendário oficial do município.
Haveria também compensação acadêmica no caso do discente e do
docente.
6
– Criação
de um grupo para a preservação e conservação do patrimônio
público onde a escola está inserida.
7
– Instituição de um projeto para que os presidentes de bairro
convoquem uma vez por semestre dois vereadores alternadamente. Serão
instaladas tendas em um espaço publico, direcionadas a cursos,
palestras de políticas sociais, economia e cultura empresarial, com
duração de 30 minutos, totalmente gratuito para toda a população.
8
– Estabelecer uma “semana da educação política” na qual
fossem escolhidos temas semelhantes para todas as escolas do
Município, relacionados a política para realizar projetos. Nessa
semana aconteceria também palestras, apresentações sobre os temas
com convidados.
9
– Instituir parceiras com
universidades e outras empresas do setor público e privado para
realização de eventos que contemplem a formação politíca através
do fornecimento de recursos materiais e humanos.
10
– Promover a interação dos familiares com a escola através da
intermediação de um profissional designado para abordar temas
diversos, com o objetivo de criar espaços e oportunidades para a
realização de aprendizado, levando o aluno a ter um contato com
outras realidades, motivando seu crescimento cultural.
11
– Promover uma feira de conhecimentos entre as escolas dos
municípios, com o objetivo de ampliar a interação
educação/população, em parceria com outras instituições,
permitindo a realização de experiências educacionais dentro e fora
da escola.
SUBTEMA
3 – EDUCAÇÃO POLÍTICA PARA UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA E
PARTICIPATIVA NAS ESCOLAS
1
– A escola deve oferecer espaços para participação dos alunos no
funcionamento desta, tais como estágios na biblioteca, cantina,
secretaria e na parte de recreação, sendo que esse deve ser feito
através de processo seletivo amplo e transparente.
2
– A escola deve oferecer e proporcionar espaços para meios de
comunicação entre comunidade e escola.
3
– Criação de um comitê
para auxiliar na disciplina escolar e nas questões de indisciplina,
com o objetivo de compreender e ajudar na resolução de conflitos
entre alunos e entre aluno e professor.
4
– Será eleito por escola um coletivo formado
apenas por estudantes, que ficarão responsáveis em acompanhar,
participar e opinar de
assuntos de quaisquer natureza (ex: burocrática, financeira, etc). A
eleição desse coletivo acontecerá a cada dois anos com a
finalidade de integrar os alunos no funcionamento de uma escola.
5
– Diminuir o número
de alunos na mesma sala de aula, limitando
30 alunos por turma.
Esta redução
teria
como objetivo promover maior autonomia
e
aperfeiçoar
a democratização da gestão, permitir
a elaboração de
projetos
políticos
pedagógicos
dando ênfase na
atenção mais apurada ao aluno a
fim
de aprimorar
a identidade da escola.
6
– Implantação de um grêmio estudantil em
todas as escolas com o objetivo de representar o interesse dos
estudantes. Esta medida visa criar possibilidades de ação tanto no
ambiente escolar quanto na comunidade, promover incentivo a educação
através de debates, realização de eventos abordando temas
distintos, permitir que as questões estudantis cruzem as paredes das
escolas e o engessamento da educação a fim de que os estudantes
possam se organizar e aprender a defender seus direitos políticos e
sociais.
7
–Torna-se obrigatório em
todas as escolas a formação do grêmio estudantil, adotando um
processo transparente para a seleção dos componentes desse grêmio.