terça-feira, 4 de julho de 2017

Câmara realiza Plenária Final do Parlamento Jovem

Com a presença de alunos e professores de todas as escolas que fazem parte do projeto em 2017, a Câmara de Poços realizou, na última semana, a Plenária Municipal do Parlamento Jovem. O evento reuniu, também, os vereadores Lucas Arruda (Rede), Marcelo Heitor (PSC), Álvaro Cagnani (PSDB) e Paulo Tadeu Silva D’Arcadia (PT), integrantes da Comissão de Legislação Participativa, o vice-prefeito Flávio Faria e o coordenador da Divisão do Centro de Referência do Professor, Cleiton Donizete Correa Tereza, representando a Secretaria Municipal de Educação.


Todas as propostas apresentadas pelos alunos sobre Educação Política nas Escolas foram divididas entre três subtemas: Educação política e currículo; Interações entre a escola e sociedade na formação política dos jovens; Educação política para uma gestão democrática e participativa nas escolas. Entre as proposições aprovadas durante a plenária, destacam-se a realização de atividades de fiscalização monetária e política por meio do acesso a sites públicos, criação de uma Semana de Educação Política, com temas semelhantes para todas as escolas da cidade, e a implementação de um projeto para que as escolas ofereçam cursos voltados à formação política.


Ainda no encontro, os professores envolvidos no projeto, além do monitor Rafael Victor Lopes, da Faculdade Pitágoras, que auxiliou os alunos na etapa municipal, receberam um certificado da Câmara em agradecimento ao trabalho desenvolvido. Para o professor de História Éder Liz Novaes, da Escola Padrão do Parque das Nações, o trabalho dos professores é um desafio e também um grande aprendizado. “Lidamos com jovens ativos, críticos, com uma imensa sede de aprendizado e compreensão do mundo em que vivem. A cada novo ano, o tema exige de nós professores preparação especial para o desafio que nos é posto, e este ano tivemos a ajuda crucial do professor Cleiton Correa, que nos ofertou o curso de formação temática. Também vale lembrar que o tema proposto e votado pelos próprios alunos participantes, portanto o trabalho para nós profissionais sempre será desafiante no Parlamento Jovem”, declarou.
Sobre a elaboração e votação das propostas, o professor destacou que essa é a fase mais difícil do projeto. “É nessa hora que o que foi aprendido durante as várias oficinas e debates é colocado em prática, é quando os alunos participantes percebem que é muito fácil somente criticar, apontar o defeito, difícil de verdade é buscar e propor as soluções para as questões públicas”, comentou.

A aluna Letícia de Souza, da Escola Estadual Doutor Edmundo Gouvea Cardillo, já participou de outras edições do Parlamento Jovem. Para ela, o tema de 2017 tornou a discussão mais interessante. “O tema desse ano é muito atual e mostrou a importância da educação política em nossas vidas como sociedade. O Parlamento Jovem é uma experiência única, que me ajudou não só entender melhor a política, mas também me ajudou como pessoa. Aprendi e desenvolvi muito durante esses três anos no projeto. Eu espero levar do PJ, além de todo esse aprendizado, a esperança de que nós jovens podemos dar ao nosso país um futuro próspero através dá política”, ressaltou.
Neste ano, participam do projeto as seguintes instituições de Poços: Colégio Nini Mourão, Escola Estadual Doutor Edmundo Gouvea Cardillo, Escola Padrão do Parque das Nações, Escola Estadual Doutor João Eugênio de Almeida, Centro Educacional Inovação e Escola Estadual Professora Cleusa Lovato Caliari. Durante os meses que antecederam a etapa final, os estudantes participaram de diversas oficinas na Câmara e receberam, nas escolas, a presença da coordenação municipal do projeto.

Confira as propostas aprovadas:

SUBTEMA 1 – EDUCAÇÃO POLÍTICA E CURRÍCULO

1 – Elaborar “aulas testes” e ao final permitir a escolha do aluno. Sendo assim os alunos serão realocados em grupos nos quais será discutido política através de debates de opiniões tornando-a mais dinâmica e atrativa.

2 – Criar um projeto de discussão política que ocorra no mínimo uma vez por mês, reunindo diferentes matérias para cativar o interesse dos alunos, um projeto que se diferencie das aulas convencionais.

3 – Realizar atividades de fiscalização monetária e política por meio de visitação dos sites públicos, e do esclarecimento das decisões dos parlamentares e dos investimentos realizados pelo executivo.

4Promover a participação dos alunos nos polos educacionais, através de reuniões com um representante de cada escola e um representante do polo educacional, para definição de conteúdos no processo de aprendizagem. (aprovada 22 votos)

5 Ampliação do Parlamento Jovem em todas as escolas do estado para os estudantes do Ensino Fundamental II, a fim de inteirar e estimular os adolescentes do seu dever na participação política na sociedade.

6Participação conjunta da equipe gestora da escola, representação estudantil e comunidade na elaboração do projeto político-pedagógico.

7 Criação de projeto para que a escola ofereça cursos voltados para formação política aberto para a comunidade e garantir sua certificação.

SUBTEMA 2 – INTERAÇÕES ENTRE SOCIEDADE E ESCOLA NA
FORMAÇÃO POLÍTICA DOS JOVENS

1 – Delegar a um órgão a gestão dos recursos necessários para possibilitar que todas as escolas da rede pública realizem, uma vez ao ano, uma visita guiada à Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

2 – Com possibilidade de flexibilidade do currículo, através da reforma do Ensino Médio, poderiam ser oferecidos, por meio de parcerias, estágios de vivência (remunerados) entre a escola e entidades de atuação política (associações de bairro, sindicatos, secretarias e departamentos públicos), sendo o aluno responsável pelo cumprimento de metas específicas a serem combinadas.

3 – Instituir medidas compensatórias pra vestibular, para conquista de bolsas ou projeto de iniciação científica com união a projetos públicos, privados e para projetos de intercâmbio.

4 – Criação de um projeto nas câmaras municipais em que os vereadores adotem um grupo de escolas da cidade, ficando encarregados de desenvolver programas com metas previamente estabelecidas e com participação dos estudantes, envolvendo-se nas atividades do Legislativo (projeto vereador mirim).

5 – Criação de um fórum permanente de debates sobre as questões da cidade com representantes de cada escola (discentes, docentes, comunidade) e a realização de debates sazonais. Poderia constar no calendário oficial do município. Haveria também compensação acadêmica no caso do discente e do docente.

6Criação de um grupo para a preservação e conservação do patrimônio público onde a escola está inserida.

7 – Instituição de um projeto para que os presidentes de bairro convoquem uma vez por semestre dois vereadores alternadamente. Serão instaladas tendas em um espaço publico, direcionadas a cursos, palestras de políticas sociais, economia e cultura empresarial, com duração de 30 minutos, totalmente gratuito para toda a população.

8 – Estabelecer uma “semana da educação política” na qual fossem escolhidos temas semelhantes para todas as escolas do Município, relacionados a política para realizar projetos. Nessa semana aconteceria também palestras, apresentações sobre os temas com convidados.

9 – Instituir parceiras com universidades e outras empresas do setor público e privado para realização de eventos que contemplem a formação politíca através do fornecimento de recursos materiais e humanos.

10 – Promover a interação dos familiares com a escola através da intermediação de um profissional designado para abordar temas diversos, com o objetivo de criar espaços e oportunidades para a realização de aprendizado, levando o aluno a ter um contato com outras realidades, motivando seu crescimento cultural.

11 – Promover uma feira de conhecimentos entre as escolas dos municípios, com o objetivo de ampliar a interação educação/população, em parceria com outras instituições, permitindo a realização de experiências educacionais dentro e fora da escola.

SUBTEMA 3 – EDUCAÇÃO POLÍTICA PARA UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA NAS ESCOLAS

1 – A escola deve oferecer espaços para participação dos alunos no funcionamento desta, tais como estágios na biblioteca, cantina, secretaria e na parte de recreação, sendo que esse deve ser feito através de processo seletivo amplo e transparente.

2 – A escola deve oferecer e proporcionar espaços para meios de comunicação entre comunidade e escola.

3 – Criação de um comitê para auxiliar na disciplina escolar e nas questões de indisciplina, com o objetivo de compreender e ajudar na resolução de conflitos entre alunos e entre aluno e professor.

4 – Será eleito por escola um coletivo formado apenas por estudantes, que ficarão responsáveis em acompanhar, participar e opinar de assuntos de quaisquer natureza (ex: burocrática, financeira, etc). A eleição desse coletivo acontecerá a cada dois anos com a finalidade de integrar os alunos no funcionamento de uma escola.

5 – Diminuir o número de alunos na mesma sala de aula, limitando 30 alunos por turma. Esta redução teria como objetivo promover maior autonomia e aperfeiçoar a democratização da gestão, permitir a elaboração de projetos políticos pedagógicos dando ênfase na atenção mais apurada ao aluno a fim de aprimorar a identidade da escola.

6Implantação de um grêmio estudantil em todas as escolas com o objetivo de representar o interesse dos estudantes. Esta medida visa criar possibilidades de ação tanto no ambiente escolar quanto na comunidade, promover incentivo a educação através de debates, realização de eventos abordando temas distintos, permitir que as questões estudantis cruzem as paredes das escolas e o engessamento da educação a fim de que os estudantes possam se organizar e aprender a defender seus direitos políticos e sociais.

7Torna-se obrigatório em todas as escolas a formação do grêmio estudantil, adotando um processo transparente para a seleção dos componentes desse grêmio.